A Identidade das Assistentes Técnico Pedagógico

SOBRE A IDENTIDADE DAS ATPS: UMA PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NA EDUCAÇÃO




A começar pelo nome do Cargo: Assistente Técnico Pedagógico, o que prevalece aqui? Nas escolas atuamos nas funções técnicas ou atuamos nas funções pedagógicas? Em realidade há uma mistura deliberada de funções. E nessa ordem não estamos contribuindo para qualificar a educação. O nosso trabalho não aparece na escola, ele não é considerado relevante para o corpo docente, na medida em que esse corpo docente continua não tendo o apoio pedagógico necessário. Assumimos múltiplas funções e daí? Qualificamos a prática pedagógica, contribuímos para o tão desejado salto de qualidade na escola pública? Há que se ponderar sobre esse fato, se quisermos construir um novo paradigma, pela práxis, para a função das ATPs nas escolas.
Os professores nos têm visto mais como Orientadoras. Tem também se frustrado pelo fato de que esperam eles que assumamos práticas autoritárias que não cabem mais na educação. (...)
Outro fator, deveras importante, ir para a sala de aula substituir os professores, seja porque ainda não se contratou um substituto, porque o professor está de atestado, porque é aula vaga, é a nossa função? Improvisar na sala, ainda, que a maioria de nós, tenha a formação para a prática docente, e o tempo para planejar as aulas? Mesmo o melhor dos artistas, não prescinde de um roteiro para a sua apresentação.
Então, não podemos desviar do foco. É importante que estejamos lá na escola. É sim, estamos aprendendo a duras penas que o problema é estrutural e cultural. Naturalizou-se a violência. Um efeito cascata tem se posto aí. As práticas autoritárias ainda estão na raiz. Não tem havido espaço para o diálogo, para a civilidade, para uma ação comunicativa aos modos de Habermas .
Em linhas gerais, é isso que acontece nas escolas, pode haver variação entre uma e outra, porém, não desqualifica a análise que faço.
E a escola pública continua sendo a grande possibilidade para a classe trabalhadora, não só usufruir dos bens acumulados historicamente, tanto quanto ampliar a consciência, que é o mais importante, para transformar essa sociedade que está aí.
Então, o que queremos é exercer com profissionalismo a nossa função. Porém, sem antes irmos fundo nessas questões, que são importantíssimas, não avançaremos.


Afinal, que identidade queremos?


Sandra Maria Souza Padilha Novak
ATP - EEB. Prof. Mário Garcia - Camboriú – SC

Leia o texto na íntegra e outros textos no Blog das ATPs de SC.

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